sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cartas

Sentei me à secretária, peguei numa folha de papel branca e comecei a escrever. "Querida C", comecei eu, e o resto fluiu por aí. Escrevi coisas mais ou menos interessantes, e pensava qual seria a sua reacção quando recebesse a minha carta. À muito tempo que não escrevia uma carta numa folha de papel com uma caneta; a tecnologia obriga-nos a comunicar de outra maneira, pelo computador é sempre mais fácil, mais directo, menos dispendioso, menos pessoal. Quando escrevo uma carta a alguém, penso pelos sítios onde ela vai passar, nas mãos que a vão agarrar, quem vai ler a morada, quem a vai receber, quem a vai ler, e se irá responder. A sensação da caneta a arranhar o papel, é rara hoje em dia, e adoro conhecer a letra de quem escreve. Há quem diga que é assim que se conhece o carácter das pessoas, eu cá acho que é pelos sentimentos que transmitem quando escrevem.
O melhor de se receber uma carta é abrir o envelope e saber o que contém, porque afinal, pode conter tanta coisa... uma declaração de amor, uma discussão, um pedido de desculpas, uma confissão, um desabafo, uma noticia, uma verdade, uma mentira, uma historia...
Mas apesar de eu adorar escrever cartas e adorar recebe-las, e adorar sentir o cheiro do papel e da tinta, e de sentir curiosidade para saber o que estar escrito, há uma coisa que eu não gosto... Devolvido ao remetente... é que perde o encanto todo...

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