Cromos

Quando era pequena não era coisa a que ligasse muito. Cheguei a ter alguns, mas no fundo, o que eu gostava mesmo eram as imagens, fossem do que fossem. Quando os tinha eram normalmente para colar nos cadernos, ou na mobília, como muitas vezes acontecia, para desespero da minha mãe, portanto nunca andei atrás das cadernetas. Mas acho que até tive uma ou duas, e uma era do rei leão, já com vários cromos colados, mas sei que não fiz aquela colecção, deram me, por uma qualquer razão que já não me lembro. Como disse, só gostava mesmo das imagens, e fossem do que fossem serviam sempre para decorar qualquer coisa, nunca fui de ter algo só pa ter, daí nunca os ter colecçionado.
Portanto, como podem constatar, nunca fui fã de cromos nem nunca os coleccionei, mas por alguma razão desconhecida, eles aparece me, e só me calham os cromos menos populares, aqueles que há muitos por aí, os que pouca gente está interessada em adicionar à sua caderneta. Calham me sempre, a minha caderneta está cheia de cromos desses. E como têm uma cola forte, são difíceis de despegar, e rasgam sempre o papel, impressionante.
Nunca fui fã de cromos, mas não sei porquê, nunca me calham aqueles cromos raros, que pouca a gente tem, e que são o orgulho das cadernetas, que basta ter aquele, e não é preciso mais nenhum. Um cromo mesmo especial, mesmo digno de colecção. Não pode ser daqueles que saem no bolicáu ou nas batatas fritas. Tem de ser mesmo daqueles para os quais nos damos ao trabalho de ir ao quiosque, ou à mercearia, ou ao café, e comprar uma carteirinha, daqueles em que quando estamos a abrir a carteirinha, estejamos a rezar para que nos calhe um cromo mesmo bom, mesmo raro, um cromo que queiramos guardar, daqueles que mesmo não tendo caderneta, se cole num sitio especial, ou que ande na carteira.
Se calhar não me estou a saber explicar... Mas nunca fui mesmo fã de cromos, mas também nunca me calhou nenhum cromo especial, aí talvez passasse a gostar. Quem sabe.